Existe uma força que rege a natureza humana, e ela provém do bem — pode-se até dizer que é a única força que realmente move essa natureza. O bem é sempre concebido por quem o deseja como algo bom; por mais nocivo que um ato possa parecer aos olhos da conduta moral, esse ímpeto do indivíduo carrega em si a crença de que aquilo é, de fato, bom. E o bom, nesse prospecto, é transmutado pelo interior do indivíduo como um bem.
"Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor pesa os corações." (Provérbios 21:2)
Esse versículo nos diz muito. A natureza desse aspecto já era estudada; já se sabia que tudo o que fazemos realizamos por esse movimento, o da vontade na direção da satisfação. Dentro da ciência psicanalítica, essa compreensão ganha ainda mais corpo: a psicanálise identifica no desejo inconsciente o motor oculto das ações humanas, revelando que toda busca — ainda que mascarada por justificativas morais ou sociais — é, em última instância, uma tentativa de realização de prazer.
Em suma, se nos voltarmos em qualquer direção, veremos nosso ego nos orientando; e se nossos olhos se dirigirem aos céus, ouviremos ele nos dizer que de nada vale tudo isso.
Foi a respeito dessa limitação que Jesus falou a Nicodemos, quando lhe disse: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de eu te dizer: necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito." (João 3:6-8)
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