quinta-feira, 17 de julho de 2025

Nota de Quinta Feira - O Brasil Amordaçado: entre a Farsa e o Fogo.

Algo surreal está acontecendo neste momento no Brasil — e aqui me refiro à investida de alguns brasileiros contra seu próprio país. Esquerdistas que, apostando no pior cenário possível, torcem para que o Brasil se afaste do Ocidente e se alinhe com as piores ditaduras do globo. Contudo, o que muitos não sabem — e aqui vale explorar um pouco — é o que acontece quando as portas se fecham e o regime é batizado para o mundo inteiro.

Esses que hoje aplaudem o avanço do autoritarismo, imaginando um lugar de honra ao lado dos tiranos, esquecem um detalhe trágico: os primeiros a tombar após a consolidação do regime são justamente os correligionários. O sistema não perdoa os que conhecem suas entranhas.

Veja Leon Trotsky — herói da Revolução Russa, estrategista do Exército Vermelho, amigo de Lenin. Expulso, perseguido e morto por ordem de Stalin com uma picareta cravada no crânio, no exílio, como um cão.
Ou Lin Biao — braço direito de Mao, cotado como seu sucessor. Um dia estava no topo; no outro, caído, fugindo em um avião que explodiria no meio do nada.
Ou mesmo Suharto, na Indonésia — ajudou a tomar o poder, consolidou a máquina repressora, e foi abandonado por ela quando já não servia.

O regime, uma vez firmado, não distribui recompensas: limpa o terreno. E os primeiros a serem varridos são aqueles que conhecem demais ou sonham alto demais.
Portanto, torcer contra o próprio país, acreditando que a tirania virá com medalhas e cargos, é mais do que ingenuidade — é suicídio político.

No outro espectro, temos a maneira como o Congresso vê e lida com a situação. De alguns, escuto: “nunca vi um Congresso tão amedrontado”. E respondo por quê: a maioria que ali está, até ontem, eram figuras irrelevantes, que bradavam atrás de likes e, graças a um discurso copiado, chegaram ao parlamento. No fim das contas, são apenas influenciadores — não políticos.

Quer exemplos? Aqui vão cinco: Nicolas Ferreira, Sâmia Bomfim, André Janones, Carla Zambelli e Glauber Braga. Uns viralizam com frases feitas; outros sobrevivem de escândalos e gritaria. Nenhum deles representa de fato uma escola política, uma doutrina, uma estratégia de Estado — são personagens de rede social, convertidos em legisladores por um erro de percurso.

Essa junção — de pessoas fortes que almejam um lugar à mesa, com outros que, ao comerem apenas as migalhas, alcançaram um posto e agora se agarram a ele com unhas e dentes — está tornando o Brasil nessa pocilga que vemos. Um país onde a ambição de poucos e a mediocridade de muitos ditam o rumo de todos.

Por fim, se o Brasil não resolver suas situações mais básicas — a mais urgente delas sendo a recuperação da apreciação da realidade, o famoso senso de proporção — continuaremos a ver a escalada poneurológica: uma espécie de reino dos psicopatas, onde será impossível pensar, respirar, viver. E o começo dessa labuta passa pelo resgate do brasileiro pela verdade. Ele precisa começar a dar nomes aos bois, sem medo, sem paixões, e tomando como norte algo maior do que sua fome pelo que é dos outros. Sem esse passo, o Brasil será apenas um território — e não mais uma nação.

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