sábado, 30 de agosto de 2025

Os Advogados do Crime.

  
         


Índice:

Capítulo I – A Origem da Máquina do Crime

Artigo 1: “Da Boca de Fumo à Sala de Aula: como o discurso social virou combustível para facção”

Artigo 2: “A Falácia da Culpa Alheia: vinte anos de poder e nada contra o PCC e o CV”

Artigo 3: “A Esquerda e sua Amnésia Seletiva: fingindo que o Estado nunca foi aparelhado”

Capítulo II – A Narrativa da Inversão

Artigo 4: “O Truque de Espelhos: transformar criminoso em vítima e vítima em opressor”

Artigo 5: “A Retórica da Desculpa: desigualdade como álibi para assassinato”

Artigo 6: “O Grande Teatro: esquerda como advogada de facção travestida de protetora do povo”

Capítulo III – A Máquina Blindada

Artigo 7: “A Simbiose do Crime com a Política: voto de cabresto versão favela high-tech”

Artigo 8: “A Indústria do Caos: quem lucra com a manutenção da violência”

Artigo 9: “O Futuro já Chegou: quando a facção vira Estado paralelo e o discurso vira lei”




Artigo 1 – Da Boca de Fumo à Sala de Aula: como o discurso social virou combustível para facção.

Quando a esquerda fala do crime organizado, parece que está contando uma fábula onde os bandidos nasceram do nada, como se um raio tivesse caído na periferia e pronto: surgiram PCC e CV. Não, irmão. O buraco é mais embaixo. Essa máquina não nasceu porque uns moleques decidiram fumar baseado na esquina. Ela nasceu porque o Estado, aparelhado até a tampa por governos que diziam defender o povo, fez vista grossa enquanto as facções montavam sua infraestrutura.

O truque foi simples: transformar a miséria em palanque. Todo problema social virou justificativa. “Ah, o cara roubou porque não teve oportunidade.” “Ah, o menino matou porque a sociedade é excludente.” Esse papo foi jogado dentro das universidades, ecoado em seminário, repetido em sala de aula como se fosse mantra. Resultado? A molecada começou a achar que bandido não é bandido, é quase um revolucionário de bermuda e chinelo.

Enquanto isso, na prática, a boca de fumo virava empresa. Tinha contabilidade, tinha gerente, tinha disciplina interna mais rígida que de multinacional. E quem é que desmontou isso? Ninguém. Pelo contrário, nos últimos vinte anos, o crime só cresceu. E cresceu porque o discurso social foi usado como escudo. Não é coincidência que, na mesma época em que o PT falava de “inclusão social”, o PCC montava caixa eletrônico de arrecadação nas cadeias.

Esse romance de transformar bandido em vítima é o que sustenta a máquina. O moleque de 12 anos que dá tiro na cara de comerciante é chamado de “menor em conflito com a lei”. Conflito, uma ova. Isso é assassinato. Mas na narrativa esculachada, ele é só uma vítima do capitalismo. Esse é o combustível: o discurso que absolve.

O que mais me espanta é como a narrativa virou mainstream. Você liga a TV e tem jornalista dizendo que o problema da violência é a polícia. Você abre jornal e tem colunista falando que o PCC só existe porque a sociedade não abraçou o “pobre periférico”. Quer dizer, os caras explodem carro-forte, metralham delegacia, e a culpa é sua, minha, de todo mundo, menos deles.

A esquerda aprendeu a operar na base da mágica sem truque: pega o crime, tira a culpa, joga pro resto da sociedade, e ainda posa de defensora da vida. O problema é que, enquanto esse teatro rolava, o PCC e o CV não estavam escrevendo artigo acadêmico: estavam comprando fuzil, ampliando rota de droga, investindo em lavagem de dinheiro.

E olha que genial: a facção percebeu rápido que não precisava bater de frente com o discurso, bastava incorporá-lo. Hoje você vê bandido na cadeia falando em “direitos humanos” com uma desenvoltura que faria inveja a qualquer professor universitário. O discurso que nasceu na esquerda acadêmica virou cartilha de facção.

A grande jogada foi colar a ideia de que combater o crime é sinônimo de opressão. Se a polícia entra na favela, não está enfrentando bandido, está perseguindo pobre. E aí, pronto: a máquina está blindada. Qualquer ação contra a facção vira opressão, qualquer crítica vira preconceito. O crime ganhou uma armadura ideológica.

E não adianta fingir que isso foi acidente. Foram vinte anos de narrativas fabricadas, de “intelectuais” de boteco defendendo o indefensável. Vinte anos em que a máquina cresceu sob o olhar cúmplice de quem tinha o poder de cortar pela raiz, mas preferiu regar com discurso.

Hoje, quando a esquerda diz que o crime organizado é culpa do “outro lado”, está na verdade escondendo a própria omissão. Porque se o Estado tivesse atuado de verdade, PCC e CV não seriam impérios multinacionais com tentáculos na política, no tráfico e até em fundos de pensão. Eles seriam só bandos de ladrão de galinha.

Mas não. A esquerda precisava de narrativa. Precisava de inimigo. E o inimigo ideal era sempre o mesmo: a polícia, o capital, o “sistema”. Enquanto a máquina real — feita de fuzil, de sangue e de grana — ia crescendo nos becos e nos cofres.

É por isso que hoje a boca de fumo é praticamente extensão da sala de aula. O mesmo discurso que o professor universitário repete no seminário, o gerente do tráfico usa pra recrutar menino de 13 anos. “Você não é bandido, você é vítima.” É a fusão perfeita: ideologia e crime falando a mesma língua.

E não dá pra dizer que não sabiam. O Estado sabia, a esquerda sabia, todo mundo sabia. Mas fingiram que não era problema deles. Agora, quando o monstro já é adulto e governa território maior que muito município, vêm dizer que a culpa é dos outros. É risível.

O mais patético é ver político que governou por décadas bancando o crítico do crime organizado, como se tivesse passado os últimos vinte anos em Marte. Ora, se o PCC cresceu, não foi por falta de aviso. Foi por conveniência política.

O resultado está aí: um país onde a narrativa protege o bandido e acusa a vítima. Onde a boca de fumo tem mais legitimidade que a polícia. Onde o discurso social, em vez de resolver, virou gasolina no incêndio.

No fim das contas, o crime não precisou nem suar para crescer. Teve padrinho ideológico, advogado de luxo, jornalista de estimação e político cúmplice. E assim a boca de fumo virou sala de aula, e a sala de aula virou palanque.

Artigo 2 – A Falácia da Culpa Alheia: vinte anos de poder e nada contra o PCC e o CV.

O truque mais safado da política brasileira é esse: governar por vinte anos, ver o monstro crescer debaixo do nariz, e depois culpar os outros pela desgraça. É como se você passasse duas décadas alimentando um pitbull com bife de picanha e, quando o bicho rasga o portão, você virasse e dissesse: “A culpa é do vizinho que não cuidou do muro.” Esse é o enredo da esquerda com relação ao PCC e ao CV.

Os caras tiveram a caneta, tiveram o cofre, tiveram o Estado na mão. E o que fizeram? Nada. Quer dizer, nada para desarticular. Fizeram muito, sim, mas a favor do crescimento do crime. Criaram políticas de direitos humanos que, na prática, eram um salvo-conduto para facção operar. Criaram narrativas de vitimização que impediam qualquer repressão mais dura. Criaram ONGs financiadas com dinheiro público que serviam de biombo para defender “oprimidos” — adivinha quem eram os oprimidos?

A falácia da culpa alheia é um circo bem montado. O palhaço é sempre a esquerda que sobe no palco para apontar dedo pro “sistema”, para o “neoliberalismo”, para os “reaças opressores”. Mas quando você olha a lista de governadores, de ministros da Justiça, de secretários de segurança, é tudo gente deles. Como é que o crime cresceu tanto se eles eram os responsáveis? Magia?

É um jogo de inversão. Se a polícia falha, a culpa é da direita. Se a facção cresce, a culpa é da desigualdade. Se o Estado não entra, a culpa é da “herança maldita”. É sempre alguém, sempre outro. Nunca eles. A esquerda tem doutorado em terceirização de responsabilidade.

Enquanto a narrativa rodava solta, o PCC montava filial em outros estados. O CV expandia para além do Rio, fazendo parceria com cartel estrangeiro. Era um Estado paralelo crescendo dentro do Estado oficial. E ninguém, absolutamente ninguém, no poder central, mexeu um dedo de verdade para cortar o mal pela raiz.

Quer prova? Pega os números. De 2002 pra cá, a facção que antes era restrita a um estado passou a operar em quase todo território nacional. A expansão foi geométrica, de empresa mesmo, com logística, rota internacional, diversificação. E o governo? Distribuindo bolsa, fazendo discurso bonitinho, mas sem coragem de enfrentar a realidade de que bandido se enfrenta com lei, cadeia e polícia.

E mais: quando alguém tentava endurecer, vinha a gritaria ensaiada. Direitos humanos! Estado policial! Genocídio da juventude! E o recado ficava claro: não se mete com a facção. Essa blindagem ideológica foi feita sob medida para que o crime prosperasse sem obstáculos.

O cúmulo da hipocrisia é ver agora a esquerda tentando colar no “resto” a pecha de que o crime organizado é fruto do abandono. Fruto do abandono uma ova. O crime cresceu justamente quando o Estado estava mais presente, despejando bilhões em programas sociais que não impediram nem um grama de pó de circular. Dinheiro tinha, mas coragem para enfrentar bandido não.

Se tivesse havido um décimo do empenho que houve para salvar empreiteira ou para criar estatal, o PCC não teria virado o que virou. Mas não: mexer com facção dá trabalho, dá confronto, dá desgaste político. Mais fácil posar de protetor dos pobres e culpar o vizinho da esquina.

O curioso é que, enquanto eles estavam no poder, o discurso era: “Estamos resolvendo, calma, processo histórico, desigualdade não se supera da noite pro dia.” Mas quando perderam a caneta, mudou: “Tá vendo? O crime é culpa dos outros.” E a galera compra. É uma cara de pau impressionante.

E tem mais: não é só culpa por omissão, é também por conivência. Porque no fundo o crime organizado serve de massa de manobra política. Serve para garantir voto em território dominado, serve para amedrontar adversário, serve para barganhar poder. A máquina não é só tolerada, é útil.

Essa falácia da culpa alheia é tão bem trabalhada que, hoje, até gente de classe média acredita que o PCC nasceu porque “o Estado não olhou para o pobre”. Como se vinte anos de governo progressista tivessem sido férias coletivas. Como se não tivessem tido a chance de fazer o que quisessem. Fizeram, sim: fortaleceram o discurso que mantém bandido intocável.

No fim, essa narrativa serve para quê? Para manter a esquerda no papel de salvadora. Eles criam o problema, alimentam o monstro, e depois aparecem como os únicos capazes de resolver — desde que você lhes dê mais tempo, mais poder, mais voto. É um looping infinito de irresponsabilidade.

E o povo, no meio disso, segue refém. Refém do bandido com fuzil na favela e refém do político com microfone no Congresso. Um armado com bala, outro armado com discurso. E o resultado é sempre o mesmo: a máquina cresce, o povo sofre, e a culpa é sempre de alguém que nunca governou.

Essa é a falácia da culpa alheia: o crime virou um Frankenstein criado na oficina da esquerda, mas agora eles juram de pé junto que não sabem de nada, que não viram nada, que a culpa é do mercado, do imperialismo, da direita, da sociedade. E a massa engole como se fosse verdade absoluta.

No final, é mais do que um truque de retórica: é um álibi político. E enquanto esse álibi for aceito, a facção vai continuar reinando soberana, porque ninguém vai ter peito de dizer o óbvio: o monstro é deles.

Artigo 3 – A Esquerda e sua Amnésia Seletiva: fingindo que o Estado nunca foi aparelhado.

A memória da esquerda é igual memória de bêbado: só lembra o que interessa. Passaram vinte anos mandando no país, aparelhando cada pedaço do Estado, do judiciário à cultura, da educação à segurança pública, e hoje querem bancar os inocentes dizendo: “Não tivemos chance de enfrentar o crime.” Pô, tiveram todas as chances do mundo. A caneta estava na mão, o cofre estava cheio e o discurso estava na boca. Se não fizeram, é porque não quiseram.

A tal “amnésia seletiva” funciona como vacina contra responsabilidade. O sujeito governa, destrói, financia ONG suspeita, passa a mão na cabeça de bandido, e depois, quando o monstro cresce, vira e diz: “Isso vem de antes, não tem nada a ver comigo.” É quase engraçado se não fosse trágico. Porque a história mostra exatamente o contrário: foi durante os governos deles que o PCC se consolidou como potência nacional.

Essa encenação de que nunca tiveram controle é patética. Quem nomeava ministros da Justiça? Quem escolhia secretários de segurança? Quem indicava delegado-geral? Eles. Quem comandava os estados onde o crime mais cresceu? Eles. Mas quando a coisa explode, fazem cara de paisagem, como se o crime tivesse brotado de um buraco no chão.

O Estado foi aparelhado até os ossos. Delegacia, tribunal, sindicato, universidade, tudo virava extensão de partido. Mas, curiosamente, quando se falava de facção criminosa, vinha a enrolação: “É um problema estrutural, de longo prazo, não se resolve com repressão.” Ah, mas para perseguir adversário político o Estado ficava ágil, eficiente, cortava na carne. Estranho, né?

Essa amnésia seletiva é tão bem trabalhada que, hoje, você encontra moleque repetindo que “a guerra às drogas é coisa da direita reacionária”. Como se o PT e seus aliados nunca tivessem governado, nunca tivessem feito nada, como se fossem apenas comentaristas de arquibancada. Pura ilusão. Estavam no campo, com a bola, com o juiz comprado, e ainda perderam o jogo.

E o mais nojento: fingem que a máquina criminosa é inimiga deles, quando na prática se beneficiam dela. Não é segredo que em muitos territórios dominados por facção, a eleição é decidida no grito da boca de fumo. Se o Estado tivesse enfrentado de verdade, teria perdido voto. Então, qual foi a escolha? Deixar crescer. Melhor fingir que não vê.

A narrativa da amnésia também é alimentada por intelectuais de estimação. Professor universitário escreve livro dizendo que “o crime organizado é fruto da desigualdade neoliberal”, como se fosse culpa do sujeito que paga imposto e toma tiro no ponto de ônibus. Essa gente cria a versão oficial da história, aquela que absolve a esquerda e acusa todo o resto.

Nos palanques, o discurso é sempre o mesmo: “O Estado falhou.” Mas qual Estado? O deles. O Estado estava aparelhado, governado, comandado, cheio de gente deles em cargos-chave. O que falhou não foi o Estado; foi a vontade política. Porque, convenhamos, enfrentar facção não dá voto. Dá é prejuízo, dá manchete ruim, dá desgaste. Então, a escolha foi o teatro.

A amnésia seletiva é tão descarada que eles chegam a reescrever a cronologia. Quando convém, o crime organizado é culpa do período militar. Quando convém, é culpa da “elite branca opressora”. Quando convém, é culpa de governos locais “não alinhados”. Mas nunca, jamais, é culpa deles. Vinte anos evaporam da narrativa, como se não existissem.

E ainda têm a cara de pau de posar como especialistas em segurança pública. Ora, se não resolveram quando tinham todo o poder, por que diabos resolveriam agora? É pura encenação para manter viva a ilusão de que só a esquerda tem a chave mágica da justiça social. Enquanto isso, a facção cresce, ri e agradece.

Essa amnésia é funcional. Serve para manter a base eleitoral anestesiada, acreditando que a culpa é sempre externa. Serve para preservar a imagem de “defensores do povo”. E serve, sobretudo, para nunca, nunca assumir a responsabilidade pelo monstro que criaram.

É como se o pai abandonasse o filho no tráfico, depois de anos incentivando, e, quando o menino vira assassino, ele aparecesse no enterro da vítima dizendo: “A culpa é da sociedade que não abraçou o garoto.” Hipocrisia em estado puro.

Enquanto a esquerda finge que não tem nada a ver, a realidade é outra: o crime se consolidou justamente porque o Estado estava ocupado em fazer política em vez de fazer segurança. Estavam mais preocupados em formar base parlamentar, em agradar empreiteiro, em garantir poder. O resto, que se virasse.

A amnésia seletiva é, no fundo, um projeto. É a construção de uma narrativa oficial onde eles nunca erram, nunca falham, nunca são responsáveis. O erro é sempre do outro, do “opressor”, do “sistema”. É a cartilha perfeita para blindar-se do passado e continuar vendendo futuro.

No fim, a esquerda não esquece porque é burra. Esquece porque é conveniente. E enquanto esse esquecimento seletivo continuar colando, o povo vai continuar refém de dois senhores: o político que mente e o bandido que mata.

Artigo 4 – O Truque de Espelhos: transformar criminoso em vítima e vítima em opressor.

O truque mais barato, mas também o mais eficiente, que a esquerda aprendeu a usar chama-se inversão. É um jogo de espelhos: você olha e vê uma coisa, mas o reflexo mostra o contrário. Bandido armado até os dentes? Vítima da sociedade. Trabalhador honesto que acorda cedo e paga imposto? Opressor. Polícia que entra na favela para tentar retomar território? Genocida. É a cartilha perfeita para manter a máquina do crime funcionando sem que ninguém ouse mexer nela.

Essa inversão não nasceu ontem. É velha, reciclada do manual revolucionário: transformar qualquer criminoso em herói do povo. Nos anos 60, era o guerrilheiro que sequestrava avião; nos anos 80, era o assaltante que roubava banco. Hoje é o traficante que domina favela. O figurino muda, mas a lógica é a mesma: bandido é só um rebelde contra um sistema injusto.

E o povo, que toma tiro, perde filho e vive cercado pelo medo, vira o quê nessa história? Opressor. A vítima real some da narrativa. O comerciante morto é estatística. O estudante baleado é “efeito colateral”. O policial enterrado é “instrumento do sistema”. No reflexo torto desse espelho, a dor de quem sofre não conta.

A sacada do truque é simples: mudar o ângulo da lente. Você não olha mais para o crime, olha para a condição social do criminoso. Não importa se o cara tem dez homicídios nas costas, se domina bairro inteiro, se anda de Hilux zero quilômetro. O que importa é que um dia ele foi pobre. E pronto: absolvido, canonizado, transformado em mártir.

Essa inversão ganhou até selo acadêmico. Teve doutor escrevendo tese dizendo que o “traficante é um empreendedor nato, que apenas não teve oportunidade no mercado formal”. É quase piada. O cara mata, corrompe, escraviza comunidade inteira, mas na universidade vira exemplo de “resistência criativa”. A esquerda pegou esse discurso e jogou no palco político.

O reflexo se espalhou tão fundo que hoje qualquer operação policial é vista como ato de opressão. A imprensa repete: “Polícia mata jovem na favela.” Não importa que o “jovem” esteja com fuzil, que tenha atirado primeiro, que faça parte de facção. O que importa é que ele era “jovem” e morava na favela. No espelho, bandido vira anjo e polícia vira demônio.

E a sociedade compra esse reflexo porque ninguém quer ser acusado de opressor. A inversão funciona como chantagem moral: se você não concorda que bandido é vítima, você é preconceituoso, elitista, racista. É um silenciador perfeito.

No fundo, esse truque de espelhos é o que garante a blindagem ideológica do crime. O PCC não precisa gastar milhões em propaganda. A esquerda faz isso de graça, no discurso, na TV, na escola. É um exército de formadores de opinião repetindo a ladainha de que “o verdadeiro culpado é a desigualdade”.

Enquanto isso, os líderes de facção riem da cara de todo mundo. Porque sabem que podem operar tranquilos. Sabem que, se a polícia entrar, vai ser chamada de genocida. Sabem que, se a sociedade reclamar, vai ser acusada de preconceito. Sabem que, se um moleque de 14 anos morrer trocando tiro, vai virar símbolo em camiseta.

O crime organizado descobriu o poder da narrativa. Descobriu que não precisa só de bala, precisa também de discurso. E a esquerda foi a madrinha perfeita, oferecendo esse discurso de mão beijada. O bandido não é mais só bandido: é personagem político.

E olha como o truque é perverso: quando alguém ousa inverter o espelho de volta, dizendo o óbvio — que bandido é bandido, que crime é crime, que vítima é quem sofre e não quem comete —, a pessoa vira alvo de massacre. É taxada de fascista, de opressora, de inimiga dos pobres. O espelho não pode ser quebrado, senão o teatro desmorona.

Essa inversão produziu uma sociedade esquizofrênica. De um lado, todo mundo sabe a realidade: que a facção manda mais que o Estado, que bandido mata sem piedade, que comunidade vive no medo. Do outro, todo mundo é obrigado a fingir que o problema é outro: que a culpa é da polícia, da elite, do capital. O real e o reflexo já não se distinguem mais.

O truque de espelhos é tão eficiente que até políticos de oposição caem nele. Com medo de serem acusados de preconceito, adotam a mesma ladainha. Virou consenso: ninguém toca no bandido, todo mundo acusa o sistema. É uma coreografia de covardia.

No fim, essa inversão não só defende o crime, mas fortalece sua legitimidade. O bandido passa a ter não apenas o poder da arma, mas também o poder da narrativa. Ele domina tanto o território quanto o imaginário. É rei no morro e mártir na imprensa.

E a vítima real, aquela que chora no enterro, que perde o filho, que paga imposto, essa é invisível. Essa não ganha reportagem, não ganha seminário, não ganha hashtag. Essa só serve para manter o teatro rodando. O espelho está lá, virado, mostrando sempre o contrário.

Artigo 5 – A Retórica da Desculpa: desigualdade como álibi para assassinato.

A maior arma do crime organizado não é o fuzil, é a desculpa. O fuzil mata na hora, mas a desculpa garante impunidade por décadas. E a desculpa preferida da esquerda é a desigualdade. Com ela, qualquer crime vira ato político, qualquer assassinato vira protesto, qualquer facção vira consequência inevitável da sociedade injusta. É a retórica mais vagabunda que já inventaram, mas também a mais eficiente para proteger o bandido.

Funciona assim: o moleque mata um pai de família na padaria. Em vez de chamar o sujeito de assassino, a narrativa diz: “Ele é fruto de uma sociedade desigual.” E pronto, o crime some. Não existe mais indivíduo com vontade própria, existe apenas engrenagem do sistema. O bandido deixa de ser culpado, vira vítima. O verdadeiro culpado passa a ser você, que paga imposto, que trabalha, que acorda cedo. Você é o opressor que gerou o crime.

Esse truque é tão descarado que virou bordão acadêmico. Quantas vezes já ouvimos professor universitário, jornalista ou político repetindo: “Não se combate violência com violência, se combate com inclusão social”? Beleza, foram vinte anos de “inclusão social” e o PCC saiu da cadeia de Taubaté para a lista da Interpol. Que inclusão é essa que só incluiu o bandido no rol de multinacionais do crime?

O discurso da desigualdade é uma rede de proteção invisível. O moleque de fuzil pode matar, estuprar, traficar — sempre haverá alguém pronto para dizer: “A culpa não é dele, é do sistema.” Essa retórica cria um álibi universal, um passe livre para qualquer atrocidade. E o mais impressionante: a sociedade engole, porque ninguém quer parecer insensível à dor do pobre.

Mas vamos falar a real: desigualdade existe em qualquer canto do mundo. E nem por isso em todo canto do mundo nasce um PCC. O Japão já passou fome, a Coreia do Sul já foi um caco, e nem por isso inventaram facção criminosa como justificativa para assassinato em massa. A diferença é que aqui, a desigualdade virou álibi político.

É um álibi tão bem trabalhado que se tornou mantra midiático. Toda vez que a polícia prende um chefão do tráfico, aparece jornalista na TV dizendo que “a violência é consequência da falta de oportunidades”. Como se o cara que fatura milhões por mês com cocaína tivesse só perdido o vestibular da USP. O sujeito é praticamente um empreendedor do mal, mas tratado como coitado.

E a cereja do bolo: essa desculpa virou política pública. Bilhões despejados em programas sociais sem contrapartida, sem fiscalização, sem nada. Dinheiro público que não reduziu um grama de droga na esquina, mas garantiu que facções crescessem tranquilas, enquanto a população era distraída com discurso bonitinho.

Essa retórica da desigualdade serve também para domesticar a opinião pública. Quem ousa criticar o bandido vira elitista, fascista, racista. A arma ideológica é mais pesada que a arma de fogo. É uma chantagem moral: se você não aceita a desculpa, você é automaticamente colocado no banco dos réus.

E é aí que a coisa fica suja: enquanto a esquerda posa de defensora dos pobres, quem mais sofre com o domínio do crime é justamente o pobre. O trabalhador da periferia que paga pedágio para facção, a mãe que perde filho para bala perdida, a comunidade que vive refém de toque de recolher. Mas esse pobre não entra na retórica. Ele não dá voto, não dá discurso. O pobre útil é só o bandido.

A desculpa é tão enraizada que até quando facção se envolve em escândalo financeiro, a narrativa tenta colar desigualdade no meio. “Ah, o crime está ligado ao capitalismo predatório.” Ora, o capitalismo pode ser predatório, mas o que o PCC pratica é cartel de máfia pura. Só que, no reflexo da esquerda, vira resistência.

O mais curioso é que a retórica da desculpa não pede solução, pede perpetuação. Porque, se a desigualdade é o culpado, e a desigualdade nunca será totalmente eliminada, então o crime sempre terá justificativa. É um álibi eterno, uma carta na manga que nunca perde a validade.

No final, essa retórica não defende o povo, defende a facção. Ela transforma o crime em fenômeno natural, como se fosse chuva ou terremoto. Não dá pra combater, só dá pra aceitar. E essa aceitação, repetida por intelectuais e políticos, é exatamente o que permite ao PCC e ao CV continuarem crescendo sem freio.

O crime organizado agradece. Porque enquanto o povo é distraído com discurso de desigualdade, eles seguem lavando dinheiro, comprando político, expandindo fronteira. O álibi está garantido. Se alguém ousar acusá-los, a esquerda entra em cena e responde: “A culpa é do sistema.”

E o trabalhador honesto continua enterrando filho, pagando imposto, vivendo no medo. Mas ele, na retórica da desculpa, não é vítima, é cúmplice. Porque, no fim, a inversão completa fecha o ciclo: bandido é vítima, vítima é opressor, e a desigualdade é o álibi que sustenta essa palhaçada.

Artigo 6 – O Grande Teatro: esquerda como advogada de facção travestida de protetora do povo.

O espetáculo mais ridículo da política brasileira não é no Congresso, nem no STF, nem nos debates de TV. É o teatro montado pela esquerda para posar de protetora do povo enquanto, na prática, atua como advogada de defesa das facções. É uma encenação grotesca, mas tão bem ensaiada que metade do país acredita de olhos fechados.

Nesse teatro, o roteiro é sempre o mesmo. O bandido é coitado, a polícia é vilã, o Estado é opressor e a esquerda é a heroína que entra em cena para defender os pobres. Mas quando você puxa a cortina e olha os bastidores, o que vê? Advogado de facção militando em ONG de direitos humanos, deputado fazendo discurso inflamado contra “massacre da periferia”, e jornalista repetindo falas prontas como se fosse ator de novela.

A esquerda transformou o PCC e o CV em personagens políticos. Não são mais organizações criminosas, são supostos produtos da injustiça social. Essa mutação é que garante o teatro: a cada operação, a cada prisão, a narrativa é ensaiada, com falas prontas, indignação programada e aplauso automático da plateia.

E o povo que sofre? O povo real, que toma tiro, que perde filho, que paga imposto? Esse não tem fala no teatro. É figurante mudo. O papel principal é sempre do bandido, o coitado que precisa ser compreendido. É como se Shakespeare tivesse decidido escrever uma peça onde Macbeth é vítima e a população é culpada.

Esse grande teatro é útil porque desvia o foco. Em vez de discutir a monstruosidade do crime, discute-se a maldade da polícia. Em vez de encarar o poder da facção, cria-se debate sobre racismo estrutural, desigualdade e exclusão. Tem sempre uma pauta moral para justificar a omissão política.

E é aí que o teatro fica perverso: quem mais sofre com o crime não é o burguês de condomínio, é o pobre da periferia. Mas esse pobre nunca aparece como vítima. Ele aparece como pano de fundo, como cenário, como justificativa para blindar o criminoso. O sofrimento real é apagado para que o personagem bandido brilhe no palco.

É uma manipulação emocional constante. Mostra-se a imagem do menino morto, mas nunca se fala que ele estava de fuzil. Mostra-se a favela sofrendo, mas nunca se diz quem a escraviza de fato: a facção. O teatro precisa manter a ilusão de que o bandido é oprimido, nunca opressor.

O mais irônico é ver político que nunca pisou numa comunidade falando como se fosse representante dela. Do gabinete refrigerado, descreve a vida na favela como se fosse romance de Jorge Amado, ignorando que o que realmente manda ali não é desigualdade, é o toque de recolher imposto pelo tráfico.

E a cada novo ato, o teatro se repete. O policial é sempre o vilão de capa preta, o bandido é sempre a vítima de coração puro, e a esquerda é sempre o herói salvador. A platéia — feita de universitário, jornalista e militante — aplaude de pé. O povo real, o que vive a tragédia de verdade, esse nem ingresso recebe.

Esse espetáculo também tem seu marketing. ONGs e coletivos viram produtora cultural da narrativa. Criam documentário, fazem peça de teatro, escrevem artigo, tudo para reforçar o roteiro. E sempre com financiamento público ou internacional. É a indústria da narrativa funcionando como Hollywood da miséria.

O resultado é que o bandido não precisa de advogado caro. Tem a esquerda inteira como escritório de defesa. Quando um chefe de facção é preso, já sabe: haverá editorial no jornal, protesto na universidade e discurso no parlamento. O teatro entra em cartaz de novo, sempre renovado, sempre com a mesma moral da história: o verdadeiro culpado não é o criminoso, é a sociedade.

Essa encenação é tão descarada que, muitas vezes, políticos falam mais a língua do bandido do que da população. “Não criminalizem a pobreza”, dizem, como se pobreza fosse sinônimo de assassinato e tráfico. O pobre honesto desaparece, e o bandido é elevado a representante legítimo da comunidade.

E por trás dessa farsa, o que se esconde? O óbvio: a conveniência. O crime é útil politicamente. Controla território, influencia voto, garante silêncio. Se fosse destruído, muitos projetos de poder ruiriam. Então, melhor manter a peça em cartaz, com direito a novas temporadas.

No fim das contas, o grande teatro é uma obra de ficção barata, mas com consequências reais. Ele legitima o crime, enfraquece a polícia, manipula a opinião pública e transforma facção em ator político. E o povo, que deveria ser protegido, continua refém, só que agora refém não só da bala, mas também da mentira.

O palco está armado, o roteiro é conhecido, os atores estão escalados. O crime agradece, a esquerda se aplaude, e a vítima real segue sem fala. Esse é o teatro: uma farsa montada em cima de cadáveres, vendida como justiça social.

Artigo 7 – A Simbiose do Crime com a Política: voto de cabresto versão favela high-tech.

Se tem uma coisa que o brasileiro não entendeu ainda é que o PCC e o CV não são só facção, são também partido político informal. Não lançam candidato, não fazem convenção, não registram no TSE, mas têm base eleitoral, têm voto, têm influência e, acima de tudo, têm barganha com quem está no poder. É o velho voto de cabresto, só que agora não é fazendeiro com jagunço, é gerente de favela com fuzil.

O casamento entre crime e política não é de hoje. Desde que o tráfico percebeu que controlar território é também controlar eleitor, ficou claro que facção não vive só de pó, vive também de poder político. A periferia dominada não é só mercado consumidor, é curral eleitoral. O morador não vota em quem quer, vota em quem a facção manda. Se desobedecer, sabe o preço.

E o político? Ora, o político adora. Porque no meio do caos da democracia, ter um cabo eleitoral que aponta fuzil é mais eficiente que ter 50 militantes distribuindo panfleto. O voto vem garantido, silencioso, fechado. Não tem boca de urna, tem boca de fumo.

Essa simbiose é tão descarada que já virou segredo aberto. Todo mundo sabe que em várias comunidades o candidato só entra se tiver autorização da facção. Debate político? Na favela não existe. Existe decreto: “Aqui todo mundo vota em fulano.” E pronto. É a versão 4.0 do coronelismo brasileiro, só que com AK-47 no lugar de chicote.

E não pense que é só em eleição de vereador, não. Tem deputado, tem prefeito, tem até gente em Brasília que deve a cadeira ao apoio indireto de facção. E quando esses caras sobem na tribuna para falar em “direitos humanos”, não é a voz do povo que está falando, é o eco do morro.

A simbiose também é financeira. Campanha custa caro, e facção tem caixa. Caixa pesado. Dinheiro que sai do tráfico, da lavagem, do pedágio em cima de trabalhador pobre, e que volta em forma de santinho, carreata, gasolina de comitê. Depois, claro, vem a fatura: “Lembra quem te elegeu.”

O político, nesse cenário, não governa. É refém. Refém elegante, de terno e gravata, mas refém. E se ousar virar as costas, a facção lembra rápido quem manda no pedaço. Não precisa nem ameaça direta: basta um toque de recolher, um protesto ensaiado, uma queima de ônibus. A mensagem chega clara.

Essa relação é blindada porque ambos lucram. O bandido garante poder e proteção política, o político garante discurso e blindagem legal. É uma troca perfeita: fuzil com voto, narrativa com silêncio. O povo é só figurante.

E não é exagero dizer que o crime já virou força política paralela. Se o Estado não entra em certas áreas, é porque quem manda lá não é governador, não é prefeito, é facção. O morador pede autorização pra casar, pra abrir comércio, pra fazer festa. O Estado só aparece em época de eleição, de helicóptero, com promessa vazia.

Enquanto isso, o discurso oficial continua repetindo que “a violência é fruto da desigualdade”. Como se a desigualdade desse direito de dominar bairro, impor toque de recolher, expulsar comerciante, eleger deputado. Não, isso não é desigualdade, isso é poder político mafioso.

A grande sacada da simbiose é que ela é invisível para quem não quer ver. O eleitor médio acha que vota livre, mas em muita comunidade o voto já chegou embalado de antemão. O resultado da urna não é só estatística, é recado. Recado de que o crime tem poder de decidir quem sobe e quem desce.

E quando alguém ousa denunciar, o teatro da esquerda entra em cena de novo. “Não criminalizem a política das periferias.” Pronto, a denúncia vira preconceito, a crítica vira opressão. Mais uma vez, o discurso serve de escudo para manter a engrenagem funcionando.

Esse arranjo é tão sólido que já virou naturalizado. Ninguém mais estranha candidato agradecer apoio “da comunidade”, mesmo sabendo que comunidade, na prática, significa gerente da facção. É o eufemismo perfeito: troca-se crime por povo, e pronto, tudo fica bonito.

O resultado é uma democracia sequestrada. O voto não é livre, a escolha não é real, e o poder não é do povo. É do bandido, que dita regra, e do político, que finge representar. A simbiose é completa: o crime governa por trás do palco, e a política aplaude.

No fim, essa relação é a blindagem definitiva. Porque enquanto o crime garante voto e território, a política garante narrativa e legitimidade. E a máquina segue rodando, cada vez mais forte, cada vez mais blindada.

Artigo 8 – A Indústria do Caos: quem lucra com a manutenção da violência.

A maior mentira contada na política é que todos querem acabar com a violência. Papo furado. A violência é um negócio rentável demais pra ser resolvido. Virou indústria, com fornecedores, intermediários e clientes. Tem ONG que vive de relatório sobre chacina, jornalista que ganha audiência cobrindo tragédia, político que fatura voto prometendo solução que nunca vem, e facção que banca tudo por baixo dos panos. É um mercado. Só muda a embalagem.

O caos vende. Vende manchete, vende discurso, vende cargo. Cada vez que explode ônibus, que morre inocente, que rola operação policial, a indústria do caos recebe injeção de combustível. O sangue na rua é matéria-prima. Com ele, se produzem editoriais, projetos de lei, livros, teses universitárias, campanhas eleitorais. Todo mundo mama.

E não pense que a facção sai perdendo nesse jogo. Pelo contrário, o crime organizado é o principal investidor do caos. Quanto mais medo, mais controle. Quanto mais terror, mais poder de barganha. O caos é a vitrine que mostra quem manda. A violência constante não é erro de sistema, é estratégia de marketing: o PCC não precisa fazer propaganda, o jornal faz de graça.

A esquerda, claro, descobriu que podia faturar em cima. Em vez de enfrentar o crime, decidiu narrá-lo. Cada morto vira argumento, cada tragédia vira prova de tese. Não importa que a bala tenha saído da mão do bandido — o que importa é o roteiro: “A sociedade desigual gerou isso.” É um enredo pronto, que rende discurso inflamado e votos apaixonados.

O Estado, por sua vez, se alimenta do caos para justificar mais gasto, mais projeto, mais cabide. Cria secretaria disso, observatório daquilo, plano nacional de não sei o quê. Tudo pomposo, tudo caro, nada eficiente. O caos é tão útil que ninguém quer de fato resolver. Resolver significaria matar a galinha dos ovos de ouro.

E o curioso é como o caos se torna previsível. Todo ano, os índices sobem, a violência estoura, a imprensa grita, a esquerda faz discurso, o governo anuncia pacote milagroso. No ano seguinte, repete. É um looping. Se fosse uma empresa privada, já teria falido. Mas como é indústria estatal misturada com facção, se mantém firme.

Até a mídia, que deveria fiscalizar, virou sócia. Quanto mais tragédia, mais audiência. Quanto mais morte, mais clique. O sangue é commodity jornalística. Ninguém quer ver manchete “Violência cai”. Não vende. O que vende é o caos, o medo, a sensação de apocalipse iminente.

As ONGs então nem se fala. Nasceram como suposta solução, viraram parte do problema. Muitas vivem exclusivamente de verba para “monitorar” a violência. Quanto mais caos, mais relatório, mais verba, mais viagem internacional pra congresso. Se a violência acabar, acaba o emprego. É ou não é indústria?

O pobre, claro, continua sendo o que mais sofre. Porque é ele que morre, que paga pedágio, que não pode sair de casa. Mas na indústria do caos, o pobre é apenas matéria-prima. Não é cliente, não é beneficiário. É só estatística para engrossar relatório e dar legitimidade ao discurso.

E veja como tudo se encaixa: o político precisa do caos pra justificar poder, a ONG precisa do caos pra justificar verba, o jornalista precisa do caos pra justificar audiência, e o bandido precisa do caos pra justificar domínio. Todo mundo ganha. Só o povo perde.

Essa engrenagem é tão perfeita que virou sistema autoalimentado. A violência gera mais discurso, que gera mais investimento, que gera mais omissão, que gera mais violência. É uma cadeia de produção sem fim. Quem tenta quebrar vira inimigo, porque ameaça cortar a grana e o poder de muita gente.

No meio dessa indústria, falar em “resolver o problema da violência” é quase piada. Quem de fato quisesse resolver seria linchado politicamente. Acabar com o caos é mexer no bolso de quem lucra com ele. É comprar briga com facção, com ONG, com político, com jornalista. É suicídio.

O caos é tão rentável que já virou parte da identidade nacional. A violência no Brasil não é só estatística, é produto cultural. Vira música, vira filme, vira livro, vira símbolo de resistência. É romantizada enquanto mata. E a indústria agradece, porque quanto mais glamour, mais blindagem.

No final, a manutenção da violência não é acidente, é projeto. O caos não é efeito colateral, é objetivo central. A engrenagem precisa rodar, e o combustível é o medo do povo. Enquanto o povo tiver medo, continuará pedindo por solução mágica, votando nos mesmos, aceitando as desculpas, engolindo a farsa.

E assim a indústria do caos segue firme, engordando facção, político, ONG e jornalista. O único que emagrece é o povo, de tanto carregar caixão.

Artigo 9 – O Futuro já Chegou: quando a facção vira Estado paralelo e o discurso vira lei.

O que todo mundo tem medo de admitir é que o futuro não está chegando, ele já chegou. O PCC e o CV já são Estados paralelos, funcionando com mais disciplina, organização e poder de mando do que muito governo estadual. O que era para ser exceção virou regra: território onde polícia não entra, onde lei não vale, onde o poder real tem sigla de facção. O paralelo engoliu o oficial.

Na prática, a facção já exerce funções estatais. Controla território, aplica “lei” própria, resolve conflito, cobra imposto, mantém ordem. O nome bonito pra isso é poder paralelo. O nome real é Estado criminoso. E quem vive na quebrada sabe: o que vale não é o Código Penal, é o estatuto da facção.

O futuro já chegou também porque o crime deixou de ser só problema de periferia. Hoje está em tudo: nas empresas, nas licitações, nos fundos de pensão, nos contratos públicos. A facção aprendeu a se infiltrar. Não é mais só fuzil no beco, é grana lavada em obra de infraestrutura. O PCC já é multinacional.

E olha que genial: enquanto o crime se sofisticava, a narrativa foi se moldando para legitimá-lo. Hoje já tem discurso dizendo que a facção é “resposta da comunidade à ausência do Estado”. Quer dizer: bandido de fuzil virou servidor público informal. O traficante é retratado como gestor comunitário. A inversão ficou completa.

Em certos lugares, o bandido manda mais que o prefeito. Decide horário de comércio, proíbe festa, regula transporte. E quando o Estado tenta aparecer, é recebido a bala. No fim, quem negocia não é mais autoridade pública, é político de palanque pedindo bênção de facção para não perder voto.

Esse Estado paralelo é blindado pelo discurso oficial. A cada operação, a esquerda corre para a imprensa dizendo: “É genocídio.” A cada confronto, a ONG aparece: “É violação de direitos humanos.” Resultado: a facção fica de escudo moral e de escudo armado. O bandido não precisa nem contratar relações públicas, já tem militante de graça.

E não é exagero dizer que o discurso já virou lei. Porque hoje, o que a facção não pode impor na marra, a esquerda empurra no parlamento ou no judiciário. É descriminalização aqui, afrouxamento ali, habeas corpus coletivo, indulto disfarçado. Tudo embalado como progresso social, mas no fim é só mais espaço para facção respirar.

O futuro já chegou porque o crime não está mais pedindo, está ditando. Quando decide parar transporte, o Estado para junto. Quando decreta toque de recolher, até a escola fecha. O governo fica assistindo, mudo, porque não manda mais nada. Quem manda é a sigla do morro.

O mais assustador é como a sociedade se acostumou. O morador já não liga pra polícia, liga pro gerente da boca. Se tem briga de casal, quem resolve é a facção. Se tem roubo de carro, o bandido recupera. O Estado perdeu a função básica de garantir ordem. O crime assumiu. E todo mundo finge que é normal.

Esse futuro não é distopia de filme, é o presente do Brasil. O PCC já funciona como partido informal, controlando voto. Já funciona como empresa, lavando dinheiro. Já funciona como governo, mandando em território. E já funciona como religião, porque tem até código moral interno. É o pacote completo.

A esquerda, nesse cenário, continua atuando como narradora oficial. Transformou a facção em personagem político e conseguiu o feito de criminalizar a crítica. Quem ousa dizer que bandido é bandido é acusado de fascista. O discurso virou norma, e a norma protege o crime.

O resultado é que o futuro chegou invertido. Não é o povo que manda, não é o Estado que governa, não é a lei que vale. É a facção que dita, é o político que obedece, é o jornalista que justifica. É uma democracia sequestrada, onde a urna é só fachada para legitimar o poder do crime.

E quem paga a conta? Sempre o mesmo: o trabalhador honesto, que continua enterrando filho, pagando imposto e sendo acusado de opressor. Esse nunca tem voz, porque não faz parte do script. O script foi escrito para o bandido.

O futuro já chegou e tem dono. Tem estatuto, tem sigla, tem hierarquia. Não é ficção, não é teoria da conspiração. É a realidade. A facção virou Estado paralelo e o discurso virou lei. E o Brasil, de tanto fingir que não vê, já vive sob esse novo regime sem nem perceber.

No fim, o que sobra é a constatação amarga: não é que estamos caminhando para o abismo. Já estamos dentro dele, e ainda aplaudindo o espetáculo como se fosse show de comédia.


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